Era um daqueles eventos em que agradeci o som alto para
não ter que conversar. Não havia o que dizer, não estava disposta a pensar em
algo que desencadeasse uma conversa, estava entediada. Enfim, estava torcendo
para o tempo passar e ir embora. Era isso que meu cérebro, em letargia, me
convencia que era verdade. E para passar o tempo e manter boca e mãos ocupadas me dedicaria a comer e beber o que me fosse oferecido. Por isso, quando o
garçom ofereceu o espumante eu aceitei. Uma das pessoas do pequeno grupo ao
qual estava, de alguma forma agregada, com sua recém servida taça de espumante,
levantou um brinde ao lubrificante do cérebro. Era a primeira vez que ouvia tal
expressão para o vinho. Resumia com simplicidade o que eu sentia diante de uma
taça de vinho. E com o cérebro lubrificado pelos primeiros goles de espumante,
entrei na conversa, deixando que o vinho me fizesse falar. E falamos de muitas
coisas, até de vinho. No final da noite, percebi que vinho combina/harmoniza mesmo é com gente.
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